Apesar do foco atual na vacinação contra a Covid-19 em decorrência da pandemia, existem muitas outras vacinas que fazem parte de programas de vacinação conduzidos pelas empresas globalmente. Escolher e depois implementar esses programas no ambiente corporativo, contudo, nem sempre é simples. Por isso, neste artigo vamos discutir como calcular o ROI de programas de vacinação para poder apoiar as decisões sobre a escolha de vacinas.
Antes de calcular o ROI de programas de vacinação, é importante considerar as razões pelas quais conduzimos programas de vacinação nas empresas. Em geral, vacinas contra Covid-19 e Influenza são as que dominam esses programas, pelo menos no Brasil. Porém, dependendo do país, outras vacinas podem ser inclusas (e.g., Pneumocócica, HPV, Hepatite, Febre Amarela, Dengue).
No Brasil, embora o Plano Nacional de Imunizações (PNI) seja reconhecido como um dos mais completos, há uma queda da cobertura vacinal, do mesmo modo como tem ocorrido em outras partes do mundo. Por isso, levar programas de vacinação para dentro das empresas é uma forma de elevar as chances de que as pessoas sejam imunizadas e, assim, ampliar as ações preventivas em saúde, reduzindo os custos associados com estas doenças.
À essa altura, você deve estar se perguntando: mas como medir os ROIs relativos a cada vacina?
Como calcular ROI de programas de vacinação?
Em meus textos anteriores, discuti os seis principais tipos de custos impactados pelos programas preventivos em geral.
Eles incluem absenteísmo, presenteísmo, custos médicos/acréscimo do prêmio do plano, substituição de colaboradores (o que inclui custos de treinamento e relocação dos novos colaboradores para repor aqueles que saem da empresa por causa de doenças), acidentes e afastamentos.
E, embora não sejam considerados custos, há também outras duas variáveis a serem acrescentadas que impactam o ROI: gênero e idade média do público interno da empresa.
Ademais, cada programa preventivo impacta esses custos de modo diferente. Por isso, é tão difícil realizar tais cálculos com papel e lápis ou Excel™ e foi por isso que desenvolvemos WELLCAST ROI™.
Um exemplo: Covid-19. Pessoas que são infectadas pelo vírus podem apresentar a doença de forma assintomática (i.e., por meio de sintomas leves), ou necessitar de hospitalização e/ou de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Isso significa que, a depender da manifestação, as pessoas podem gerar impactos diferentes nos custos da empresa (e.g., absenteísmo e os custos médicos vão variar significativamente).
Complicando ainda mais o cálculo, é necessário considerar as variantes do Covid, a taxa de eficácia das diferentes vacinas, e o número de doses de vacina que a pessoa tomou. Diante de tudo isso, pergunto: como fazer o cálculo?
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Vamos discutir cada tipo de custo, mas é importante que você observe que o Módulo de Vacinação do Wellcast ROI™ contém suposições específicas e mede o custo e o ROI dos programas de vacinação para as empresas.
• Absenteísmo. Mesmo pessoas com sintomas leves ficam em casa resultando em alguma ausência. As pessoas que estão no hospital ou UTI estarão ausentes por tempo ainda maior.
• Custos médicos/prêmio de assistência médica. As estadias no hospital e/ou na UTI afetarão os custos médicos ou prêmios dos planos.
• Presenteísmo. Pesquisas recentes descobriram que pessoas com casos mais graves podem sofrer lapsos de memória (Long Covid), impactando a concentração que, em certo sentido, é uma forma de presenteísmo.
•Afastamentos. Algumas pessoas com Covid-19 (especialmente Long Covid) vão se afastar da empresa.
• Substituição. Algumas pessoas com Covid-19 podem ter que deixar a empresa, resultando em custos de substituição de novos funcionários.
• Acidentes. Provavelmente nenhum impacto.
• Gênero e idade. As taxas de prevalência de Covid-19 e as taxas de eficácia das vacinas variam de acordo com a gravidade, dependendo do sexo e da idade.
Ao calcular o ROI de um programa de vacinação contra a Covid-19, você também deve considerar o custo da vacina e os custos administrativos (“gesto vacinal”). A soma dos dois custos resulta no “Investimento do Programa”. Também, deve considerar as taxas de participação e, mais importante, as taxas de eficácia da vacina na redução de hospitalização e UTI. O mesmo se aplica ao cálculo do ROI de programas de vacinação contra as outras doenças.
É preciso considerar que existem outras vacinas que devem ser consideradas, dependendo de outras variáveis, como género (um exemplo seria o HPV, que pode afetar, entre outras condições, câncer do útero, de modo que indústrias dominadas por mulheres, como moda, possivelmente bancos e seguradoras e empresas têxteis devem considerar esta vacina). Em indústrias onde os profissionais viajam internacionalmente, deve-se considerar a vacinação contra a febre amarela, por exemplo.
A boa notícia é que finalmente chegamos ao ponto que as ferramentas quantitativas que usamos para tomar decisões sobre programas preventivos são capazes de acompanhar as vastas estatísticas disponíveis sobre condições físicas e comportamentais (e o que podemos fazer para evitá-las), e podem facilitar muito o cálculo do ROI dos programas de vacinação.
Sim, dá trabalho aprender as novas ferramentas quantitativas, mas isso é necessário para converter “benefícios” em “investimentos”.
Para obter mais informações sobre o ROI e suas ferramentas de cálculo de programas preventivos, consulte nosso site em www.wellcastroi.com