O cálculo do ROI de programas de vacinação deve considerar os impactos de curto (táticos) e/ou de longo prazos (estratégicos) na redução de custos da empresa. Também deve considerar se os dependentes estão incluídos no programa.
Mesmo que as doenças entre dependentes não costumam gerar perdas de produtividade para o empregador, o funcionário fica vulnerável a contrair uma doença de um dependente ou até mesmo se ausenta do trabalho para cuidar dos dependentes.
Sem contar que na maioria dos países considera-se que doenças entre dependentes também impactam em aumentos dos prêmios de saúde.
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Inicialmente pensei que a vacinação contra Covid-19 era um programa de curto prazo. No entanto, com a associação da infecção com Covid longa e a condições neurológicas, minha percepção se modificou, já que ambas as condições podem ter um impacto a longo prazo.
Esse exemplo elucida como a realidade dos programas de vacina pode se transformar em pouco tempo, o que demanda atenção por parte dos gestores de saúde.
Outro exemplo pode ser dado com o HPV. A infecção por esse tipo de vírus tem sido associada a cânceres que levam anos para se desenvolverem. Portanto, se um empregador tiver uma rotatividade baixa e oferecer a vacina contra o HPV, muito possivelmente estará evitando custos a longo prazo.
Ainda no caso do HPV, os cânceres associados ao vírus são muito mais prevalentes entre mulheres do que entre homens, o que faz com que um programa de vacinação contra HPV seja muito mais relevante em setores dominados pelo público feminino.
As vacinas contra a poliomielite e meningite têm considerações semelhantes no que diz respeito a impactos em determinada população, uma vez que adultos menos atingidos pela doença do que crianças e adolescentes. Em contrapartida, o absenteísmo e o presenteísmo podem se tornar evidentes caso um colaborador adulto tenha algum dependente menor que desenvolva tais doenças.
É possível considerar, ainda, casos em que os empregadores tenham um número considerável de expatriados ou funcionários que viajam para países menos desenvolvidos. Nessas situações, pacotes de vacinas que incluam proteção contra Chikungunya, Dengue, Febre Amarela, Hepatites e outras doenças deve ser considerado uma medida padrão.
É verdade que são muitas as considerações no cálculo de ROI de cada tipo de vacina. No entanto, a boa notícia é que é mais fácil calcular a taxa de eficácia e o custo do investimento em vacinas do que se imagina.
Ao contrário de outros programas preventivos, como o de gestão de colaboradores de alto risco (pois existem dezenas de programas preventivos cada um com efetividade que pode variar muito), a efetividade da vacina já foi muito avaliada, especialmente a efetividade da vacina em evitando casos que resultam em estadias no UTI, versus hospitalização, versus casos leves (cada caso tem custos muito diferentes de um para o outro em termos de absenteísmo, presenteísmo, e o impacto no prêmio de saúde ou custos médicos). A efetividade também considerar o número de doses administrados a população, pois isso impacta a distribuição de casos.
O outro variável no cálculo do ROI, o custo do investimento de vacina, também é muito simples de calcular pois só inclui o custo da vacina e a gestão vacinal.
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